Buriticupu ameaçada: erosão extrema engole casas e coloca cidade em risco

Buriticupu, município localizado no interior do Maranhão, enfrenta uma das maiores crises ambientais do estado. O avanço das voçorocas, forma extrema de erosão do solo, está destruindo casas, ruas e colocando em risco centenas de famílias. Especialistas alertam que, se nenhuma medida urgente for tomada, partes da cidade podem simplesmente desaparecer.

O fenômeno das voçorocas

As voçorocas são erosões profundas causadas pela ação das águas da chuva sobre solos frágeis e desmatados. Em Buriticupu, o problema tem se agravado devido à ocupação desordenada do território, retirada da vegetação nativa e ausência de infraestrutura adequada para escoamento da água das chuvas. O resultado é um processo acelerado de degradação do solo, que faz com que enormes crateras se formem e avancem em direção a áreas habitadas.

Casas sendo engolidas pela terra

De acordo com a Defesa Civil, mais de 80 casas já foram destruídas nos últimos anos, e pelo menos 1.200 pessoas vivem em áreas de risco. O avanço das crateras tem sido tão rápido que, em algumas regiões, os moradores relatam que o solo cede de um dia para o outro. “Estamos vivendo um pesadelo. A cada chuva, acordamos com medo de perder nossa casa”, desabafa João da Silva, um dos moradores afetados.

Estado de calamidade pública

Diante da gravidade da situação, a prefeitura de Buriticupu decretou estado de calamidade pública e pediu ajuda ao governo estadual e federal. Equipes da Defesa Civil monitoram as áreas mais atingidas, mas a falta de recursos tem dificultado a realocação das famílias que vivem nas zonas de risco. “Precisamos de ações emergenciais para conter o avanço das voçorocas e garantir a segurança da população”, declarou o prefeito.

As causas do desastre

Especialistas apontam que a combinação de fatores ambientais e humanos contribui para a intensificação do problema. A retirada da vegetação natural expõe o solo à erosão acelerada. Além disso, a expansão urbana desordenada e a ausência de sistemas de drenagem eficientes agravam a situação. O geólogo Carlos Mendes explica: “As voçorocas são um fenômeno natural, mas a ação humana tem potencializado sua ocorrência e crescimento. Sem planejamento adequado, o problema só tende a piorar”.

Possíveis soluções

Para conter o avanço das voçorocas e salvar Buriticupu, especialistas sugerem algumas medidas urgentes:

• Implantação de sistemas de drenagem pluvial para reduzir o impacto da água da chuva no solo.
• Reflorestamento das áreas afetadas para fortalecer o solo e evitar erosões.
• Construção de barreiras físicas para estabilizar o terreno e conter o crescimento das crateras.
• Realocação das famílias que vivem em áreas de risco para locais mais seguros.
• Investimento em estudos e projetos de recuperação ambiental com apoio dos governos estadual e federal.

O futuro de Buriticupu

A população de Buriticupu vive um momento de incerteza e medo. Sem ações concretas, o avanço das voçorocas pode transformar a cidade em um cenário de destruição irreversível. Autoridades e especialistas reforçam que o problema precisa ser tratado com urgência para evitar uma tragédia ainda maior.

A crise ambiental em Buriticupu é um alerta para outras regiões do Brasil que enfrentam processos semelhantes de erosão. O combate a esse tipo de fenômeno exige planejamento, investimento e, acima de tudo, um compromisso com a preservação ambiental e o bem-estar das comunidades afetadas.

Assista ao documentário da BBC News Brasil: